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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto y biografia: https://redmountainpress.us

 

LAURA RUIZ MONTES

 

Laura Ruiz Montes nasceu em Matanzas, Cuba, em 1966.

A cidade está profundamente arraigada em seu DNA e é referência cultural lá e fora dela. Editora sênior da Ediciones Vigía , a editora única e bem-sucedida de Matanzas de livros feitos à mão de edição limitada, Ruiz Montes é também uma crítica feminista e filósofa muito procurada da vida e da literatura cubana contemporânea, bem como uma autoridade na tragédia e resistência dos negros mulheres no Caribe francófono. 

Ela tem várias coleções de poesia, mais recentemente Otro retorno al país natal e Los frutos ácidos, ambos vencedores do Prêmio Nacional da Crítica de Cuba pelo melhor livro de poesia publicado em seu respectivo ano. 

Sua voz é lírica, mas direta, e reflete a complexa realidade de Cuba em todas as suas nuances sutis.

 

 

TEXTOS EM ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

ALFORJA REVISTA DE POESIA.  XXVII  - Invierno 2003.  Director José Vicente Anaya y José Angel Leyva.  Editor Luis Ignacio Sánz.  México, D.F.: Universidad Autónoma de

       México, 2003.  

 

Ir de tiendas

 

Con Mabel

 

 

Linda la Época,

              hubiera dicho mi abuela
y nunca hubiéramos sabido
si era irónica

o si se referia a los sutiles cristales oscuros
de una vidriera de tienda.

 

Linda la Época, diria
y sentiríamos rabia

por la poca belleza de este tiempo seco.

 

La memoria tiene planos propios,

en ellos se erigen y se derrumban edifícios.

En ellos se colocan y no     la seda

                                                 los bálsamos
y las carencias.

 

Linda la Época

donde mi abuela, hija de andaluz,
compraba las sábanas

que aún usamos en casa,

 

                                        menos blancas
menos suaves
en cama más dura
en casa más vieja.

 

 

Linda la Época

donde mi madre me llevó

a comprar unas tijeras afiladas


cuando me empezaron a crecer las uñas
cuando pensó sque yo aprendiera
a hacer y deshacer costuras.

 

Linda la Época

sobre el verano de La Habana,
grande, seductora.

 

Linda la Época.

Sus cristales nos reflejan

con un helado de incierto sabor

                                        entre las manos,

derritiéndose,
mirando hacia otro lado,
juntas,

siguiendo de largo.

 

 

 

 

Inútil y largo esfuerzo

 

Sacudiendo la alfombra.

Sacudiendo la alfombra

que no es sino una vieja frazada polvorienta,

golpeándola,

vociferando al perro que la muerde en la punta
y al tirar de ella la rompe

 

con dolor en los brazos por el peso de la alfombra
que no es sino una pálida frazada
pasamos una mañana entera de domingo
poniéndola primero de un lado

                                y luego de otro

para que desaparezcan
el orine la fiebre los delirios
que durante anos se acumulan.

 

Sacudiendo la alfombra

que no es sino una raída frazada polvorienta.

Haciendo todos los esfuerzos

para que el Sol la caliente,

podremos quizás cubrirnos con ella

durante toda una noche

que es al final

lo que aqui dura el invierno.

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 

Ir às compras

 

Com Mabel

 

 

Linda a Época,

             teria dito minha avó
e nunca teríamos sabido
si era irônica

ou si se referia aos sutis cristais escuros
de uma vidraça de loja.

 

Linda a Época, diria
e sentiríamos raiva

pela pouca beleza deste tempo seco.

 

        A memória tem planos própios,

neles se erguem e se desmoronam edifícios.

Neles se colocam ou não     a seda

                                                 os bálsamos
e as carências.

 

Linda a Época

quando minha avó, filha de andaluz,
comprava os lwnçóis

que ainda usamos em casa,

 

                                        menos brancas
menos suaves
em cama mais dura
em casa mais velha.

 

 

Linda a Época

onde minha madre me levou

para comprar umas tesouras afiadas


quando começara a crescer as unhas
quando pensou que eu aprendera
a fazer e desfazer costuras.

 

Linda la Época

pelo verão de Havana,
grande, sedutora.

 

Linda a Época.

Seus cristales nos refletem

com um gelado de incerto sabor

                                        entre as mãos,

derretendo-se,
mirando para o outro lado,
juntas,

seguindo à distância.

 

 

 

Inútil e longo esforço

 

Sacudindo a alfombra.

Sacudiendo o tapete

que é apenas uma manta empoeirada,

golpeando-a,

vociferando a cão que a morde na ponta
e a sair dela a rompe

 

com dor nos braços pelo peso do tapete
que não senão uma pálida manta
passamos uma manhã inteira de domingo
colocando-a primeiro de um lado

                                e depois do outro

para que desapareçam
a urina a febre os delírios
que durante anos se acumulam.

 

Sacudindo o tapete

que não é senão uma puída manta empoeirada.

Faciendo todos os esforços

para que o Sol a esquente,

poderemos talvez cobrir-nos com ela

durante toda uma noite

que é afinal

o que aqui dura o inverno.

 

 

 

*

 

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Página publicada em abril de 2021


 

 

 
 
 
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