Foto y biografia: https://redmountainpress.us
LAURA RUIZ MONTES
Laura Ruiz Montes nasceu em Matanzas, Cuba, em 1966.
A cidade está profundamente arraigada em seu DNA e é referência cultural lá e fora dela. Editora sênior da Ediciones Vigía , a editora única e bem-sucedida de Matanzas de livros feitos à mão de edição limitada, Ruiz Montes é também uma crítica feminista e filósofa muito procurada da vida e da literatura cubana contemporânea, bem como uma autoridade na tragédia e resistência dos negros mulheres no Caribe francófono.
Ela tem várias coleções de poesia, mais recentemente Otro retorno al país natal e Los frutos ácidos, ambos vencedores do Prêmio Nacional da Crítica de Cuba pelo melhor livro de poesia publicado em seu respectivo ano.
Sua voz é lírica, mas direta, e reflete a complexa realidade de Cuba em todas as suas nuances sutis.
TEXTOS EM ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
ALFORJA REVISTA DE POESIA. XXVII - Invierno 2003. Director José Vicente Anaya y José Angel Leyva. Editor Luis Ignacio Sánz. México, D.F.: Universidad Autónoma de
México, 2003.
Ir de tiendas
Con Mabel
Linda la Época,
hubiera dicho mi abuela
y nunca hubiéramos sabido
si era irónica
o si se referia a los sutiles cristales oscuros
de una vidriera de tienda.
Linda la Época, diria
y sentiríamos rabia
por la poca belleza de este tiempo seco.
La memoria tiene planos propios,
en ellos se erigen y se derrumban edifícios.
En ellos se colocan y no la seda
los bálsamos
y las carencias.
Linda la Época
donde mi abuela, hija de andaluz,
compraba las sábanas
que aún usamos en casa,
menos blancas
menos suaves
en cama más dura
en casa más vieja.
Linda la Época
donde mi madre me llevó
a comprar unas tijeras afiladas
cuando me empezaron a crecer las uñas
cuando pensó sque yo aprendiera
a hacer y deshacer costuras.
Linda la Época
sobre el verano de La Habana,
grande, seductora.
Linda la Época.
Sus cristales nos reflejan
con un helado de incierto sabor
entre las manos,
derritiéndose,
mirando hacia otro lado,
juntas,
siguiendo de largo.
Inútil y largo esfuerzo
Sacudiendo la alfombra.
Sacudiendo la alfombra
que no es sino una vieja frazada polvorienta,
golpeándola,
vociferando al perro que la muerde en la punta
y al tirar de ella la rompe
con dolor en los brazos por el peso de la alfombra
que no es sino una pálida frazada
pasamos una mañana entera de domingo
poniéndola primero de un lado
y luego de otro
para que desaparezcan
el orine la fiebre los delirios
que durante anos se acumulan.
Sacudiendo la alfombra
que no es sino una raída frazada polvorienta.
Haciendo todos los esfuerzos
para que el Sol la caliente,
podremos quizás cubrirnos con ella
durante toda una noche
que es al final
lo que aqui dura el invierno.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
Ir às compras
Com Mabel
Linda a Época,
teria dito minha avó
e nunca teríamos sabido
si era irônica
ou si se referia aos sutis cristais escuros
de uma vidraça de loja.
Linda a Época, diria
e sentiríamos raiva
pela pouca beleza deste tempo seco.
A memória tem planos própios,
neles se erguem e se desmoronam edifícios.
Neles se colocam ou não a seda
os bálsamos
e as carências.
Linda a Época
quando minha avó, filha de andaluz,
comprava os lwnçóis
que ainda usamos em casa,
menos brancas
menos suaves
em cama mais dura
em casa mais velha.
Linda a Época
onde minha madre me levou
para comprar umas tesouras afiadas
quando começara a crescer as unhas
quando pensou que eu aprendera
a fazer e desfazer costuras.
Linda la Época
pelo verão de Havana,
grande, sedutora.
Linda a Época.
Seus cristales nos refletem
com um gelado de incerto sabor
entre as mãos,
derretendo-se,
mirando para o outro lado,
juntas,
seguindo à distância.
Inútil e longo esforço
Sacudindo a alfombra.
Sacudiendo o tapete
que é apenas uma manta empoeirada,
golpeando-a,
vociferando a cão que a morde na ponta
e a sair dela a rompe
com dor nos braços pelo peso do tapete
que não senão uma pálida manta
passamos uma manhã inteira de domingo
colocando-a primeiro de um lado
e depois do outro
para que desapareçam
a urina a febre os delírios
que durante anos se acumulam.
Sacudindo o tapete
que não é senão uma puída manta empoeirada.
Faciendo todos os esforços
para que o Sol a esquente,
poderemos talvez cobrir-nos com ela
durante toda uma noite
que é afinal
o que aqui dura o inverno.
*
VEA y LEA otros poetas de CUBA en nuestro Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/cuba/cuba.html
Página publicada em abril de 2021
|